Os cuidados com a nossa pele

A pele é a roupa viva que envolve nosso corpo. Graças a sua elasticidade, permite-nos total liberdade de movimentos. A pele desempenha várias funções: protege o corpo das queimaduras do sol, de danos mecânicos, da invasão de microrganismos e do ressecamento. Além disso, a função mais extraordinária é atuar como uma manta térmica, controlando a estabilidade da temperatura do corpo.

Vamos conhecer a estrutura da pele

A pele tem duas camadas firmemente unidas entre si: a epiderme, mais externa, e a derme, situada internamente.

A epiderme é composta por células bem encaixadas, dispostas em várias camadas. Nas camadas mais profundas, junto à derme, as células são vivas e se multiplicam sem parar. Novas células vão sendo geradas, empurrando as mais velhas para cima, na superfície do corpo. A derme não é formada por células unidas, elas estão dispersas entre o tecido conjuntivo que lhe confere elasticidade e resistência. Na derme existem vasos sanguíneos que nutrem as células da pele.

Dizia-se que pessoas sensíveis ou irritadiças tinham os nervos à flor da pele. De fato, nossa pele contém inúmeras terminações nervosas sensíveis ao frio, ao calor, à dor e à pressão. Através delas captamos valiosas informações sobre as condições do ambiente.

Devido a suas múltiplas funções e extensão, a lesão ou perda deste tecido têm um sentido grave. Queimaduras são os principais agentes que provocam lesão grave da pele.

Gelo e ácido podem queimar a pele também?

Sim, pois a queimadura é uma lesão que ocorre toda vez que a pele entra em contato com temperaturas extremas e substâncias químicas corrosivas. Tanto a temperatura muito elevada como a excessivamente baixa – o fogo e o gelo – podem provocar queimaduras.

Portanto, quanto aos agentes causais das queimaduras, podemos classificá-las em:

  • físicas (térmicas) – provocadas por eletricidade, raios solares, fogo, vapores, conduções de calor através de líquidos e sólidos;
  • químicas – provocadas por substâncias corrosivas líquidas ou sólidas.

A gravidade de uma queimadura está associada à profundidade e extensão da área da pele afetada, ao local do corpo, ao risco de complicações subsequentes, bem como à idade e condições gerais da vítima.

Quanto à profundidade afetada da pele, as queimaduras podem ser classificadas como de:

  • 1º grau – caracteriza-se por vermelhidão cutânea (eritema), dolorosa;
  • 2º grau – além da vermelhidão, há formação de bolhas d’água (flictenas), dolorosas;
  • 3º grau – atinge camadas profundas da pele, causando destruição das terminações nervosas e sensitivas do tecido, sendo indolor. Ocorre necrose (destruição e morte) do tecido. Geralmente são acompanhadas de febre, colapso, insuficiência renal, oligúria (diminuição da quantidade de urina), distúrbios gastrointestinais, estado tóxico e choque.

Quanto à extensão, as queimaduras térmicas podem caracterizar um grande queimado e um pequeno queimado.

Um pequeno queimado é assim considerado quando até 15% da área corporal foi queimada. Acima de 15% da área corporal queimada indica um grande queimado. Em crianças, este índice cai para 10% da área corporal queimada.

São consideradas queimaduras graves aquelas, de qualquer grau e extensão, que estiverem complicadas por lesões do trato respiratório, geralmente associadas por queimaduras perto das narinas e por fumaça; as de 2º grau que comprometam mais de 30% da área corporal ; e as de 3º grau que atinjam áreas como face, mãos ou pés ou que comprometam mais de 10% da superfície corporal queimada.

Uma pessoa com 25% do corpo queimado está sujeita a choque de queimadura e pode morrer se não receber, imediatamente, os primeiros socorros. No choque, a parte líquida do sangue é enviada pelo corpo às áreas queimadas. Talvez não haja suficiente volume de sangue para manter o cérebro, o coração e outros órgãos funcionando normalmente.

Quando a agressão térmica é muito grande, o sistema nervoso central, o aparelho respiratório, os rins e o sistema circulatório e digestivo podem ficar bastante comprometidos, pondo em risco a vida da pessoa. Fique sempre atento ao comprometimento de outras áreas que não sejam a pele.

Mantenha as bolhas intactas. Não irrite nem as fure. Quase todas as queimaduras devem ser examinadas por um médico. Queimaduras provocadas por agentes químicos compostos de ácidos fortes ou álcalis podem lesar qualquer área do organismo, porém são mais frequentes na pele, na boca e nos olhos. Os cuidados posteriores às queimaduras por produtos químicos são semelhantes aos empregados para queimadura térmica.

As queimaduras por choque elétrico costumam mostrar feridas aparentemente pequenas, porém a corrente elétrica destrói uma quantidade considerável de tecido abaixo da ferida cutânea. Frequentemente existem duas queimaduras: uma na entrada e outra na saída da corrente elétrica.

Os cuidados são os mesmos referentes a outros tipos de queimaduras. A possível consequência é a paralisação da respiração devido às contrações dos músculos respiratórios. Quando isso ocorre, devemos executar as manobras de reanimação.